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domingo, 29 de janeiro de 2012

Reflexões necessárias ...

  • "Verdade que toda mudança vem acompanhada pela resistência, pelo medo e pela pedagogia da incerteza. Cabe lembrar, no entanto, que sem ousadia a escola jamais sairá da sua forma tradicional de lidar com o conhecimento. Não tem como implantar o novo sem romper com o velho. Este é um passo necessário e indispensável. Além do mais, avanços pedagógicos sempre requerem coragem e causam inquietações."
  • As mudanças nas práticas educativas têm preço, é preciso querer pagá-lo. Quem deseja avançar deve estar ciente de que terá mais trabalho, no entanto terá mais satisfação; precisará se dispor mais, mas terá com certeza melhores resultados, sobretudo em termos de aprendizagem.
  • Comumente queremos manter nossa ação pedagógica segura, mesmo sabendo que não faz mais sentido, repetimos certas abordagens para não correr o risco de errar. Não gostamos de correr riscos e acabamos cristalizando práticas que não nos satisfazem e tão pouco interessam aos alunos. Mudar o itinerário pedagógico exige assumir o incerto com segurança, conceber o erro como limite que precisa ser reelaborado e assim superado."
Hedi Maria Luft, pg 69, Revista Espaços da escola, Unijuí (os grifos são meus - Günter)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Frigotto defende o Ensino Médio Politécnico

Um dos mais respeitados teóricos da educação brasileira, Gaudêncio Frigotto foi um dos painelistas do Seminário de formação sobre o Ensino Médio promovido pela Secretaria de Estado da Educação no IPA, nesta quarta-feira (30) e propôs reflexões aos presentes. “Quando se propõe uma discussão ou debate, como este processo sobre a reestruturação do Ensino Médio, não é o presente que está em discussão; é o passado que se concretiza no futuro”, frisou.

Para Frigotto, a polêmica que tem
cercado os conceitos e concepções teóricas da proposta da Seduc, como o Ensino Médio Politécnico, deve vir acompanhada de muitos debates. “É preciso que a concepção de politécnica, que se discute no país pelo menos desde a década de 80, seja ‘ruminada’ pelo chão da escola”. O educador destaca três características da proposta: o trabalho como princípio educativo, a formação omnilateral ou integral do ser humano e a educação politécnica/tecnológica.

“Não há possibilidade de vida sem comida, não há comida sem produção, não há produção sem trabalho", disse. Por isso, segundo o teórico, o trabalho precisa estar vinculado à educação. A educação, para Frigotto, precisa atuar para criar seres humanos não exploradores, com senso crítico e capacidade de análise. Por isso, a formação integral. “Para formar um homem novo, a educação não pode se restringir à formação intelectiva. É preciso que os conceitos relacionados à cultura, ao trabalho produtivo, ao corpo estejam presentes no currículo”, frisou.

A politecnia, lembrou Frigotto, não se destina à formação de mão de obra, pois não é profissionalizante. “A politecnia fornece as bases da ciência para o sujeito produzir a vida de forma não alienada, ela não é um monstro, é prática. “Essa travessia que vocês estão fazendo é íngreme, mas só se faz atravessando, por isso faço um pedido a vocês. Tenham paciência para discutir; não partam do zero. Negociem, debatam, é assim que esse novo currículo para o ensino médio vai se concretizar”.