Para Frigotto, a polêmica que tem cercado os conceitos e concepções teóricas da proposta da Seduc, como o Ensino Médio Politécnico, deve vir acompanhada de muitos debates. “É preciso que a concepção de politécnica, que se discute no país pelo menos desde a década de 80, seja ‘ruminada’ pelo chão da escola”. O educador destaca três características da proposta: o trabalho como princípio educativo, a formação omnilateral ou integral do ser humano e a educação politécnica/tecnológica.
“Não há possibilidade de vida sem comida, não há comida sem produção, não há produção sem trabalho", disse. Por isso, segundo o teórico, o trabalho precisa estar vinculado à educação. A educação, para Frigotto, precisa atuar para criar seres humanos não exploradores, com senso crítico e capacidade de análise. Por isso, a formação integral. “Para formar um homem novo, a educação não pode se restringir à formação intelectiva. É preciso que os conceitos relacionados à cultura, ao trabalho produtivo, ao corpo estejam presentes no currículo”, frisou.
A politecnia, lembrou Frigotto, não se destina à formação de mão de obra, pois não é profissionalizante. “A politecnia fornece as bases da ciência para o sujeito produzir a vida de forma não alienada, ela não é um monstro, é prática. “Essa travessia que vocês estão fazendo é íngreme, mas só se faz atravessando, por isso faço um pedido a vocês. Tenham paciência para discutir; não partam do zero. Negociem, debatam, é assim que esse novo currículo para o ensino médio vai se concretizar”.
Fonte: Educação RS
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